Se Marte estivesse no local de Saturno, ele teria a dignidade de triplicidade. Lembre que, segundo Dorotheu, marte tem dignidade de triplicidade nos signos de terra (touro, virgem e capricórnio) e água (câncer, escorpião e peixes).
A dignidade de triplicidade tem três pontos de virtude, comparada ao domicílio (5 pontos) e a exaltação (4 pontos). abaixo dela, há a dignidade de termo (2 pontos) e a de face (1 ponto). Domicílio e exaltação são dignidades maiores, enquanto triplicidade, termo e face são dignidades menores.
Pois bem, se no exemplo Marte estivesse no lugar de Saturno (27 de Peixes), ele teria a dignidade de triplicidade, mas ele pode ter outras “honras” no mesmo local sem que saibamos disso.
Para conferirmos com certeza a força que Marte teria em 27 de Peixes, consultamos uma tabela de dignidades essenciais, disponível no site Astrologia Medieval, de Paulo Alexandre Silva.
Ao consultar a tabela, percebemos que marte possuiria em 27 de peixes, além da dignidade de triplicidade, a dignidade de termo e de face! Estaria muito dignificado.
O que isso significa? Saturno está num local onde marte é reverenciado, respeitado, e de uma certa forma, Saturno o honra estando nessa posição. Marte, então, ao realizar qualquer aspecto com ele, o recebe. Trata-se de uma recepção por dignidades menores, que acontece com perfeição se preenchidos todos os critérios do post anterior, mais o fato de que o planeta recebido precisa estar em duas das dignidades menores (triplicidade, termo e face) do planeta que o recebe.
Dessa forma, em 27 de peixes marte recebe Saturno. A quadratura perde sua hostilidade, e os assuntos que marte e Saturno representam juntos chegam a perfeição.
Rodolfo,
O que se segue não é bem um comentário a nenhum dos teus artigos em específico mas ao teu trabalho no “Ars longa, vita brevis”. Admiro-te pelo teu interesse e constante desenvolvimento ‘in the craft’ da Astrologia Tradicional … gostas de a entender, de a explorar, de ir ao encontro da sua verdadeira raiz, e é isso que te dá valor, o simples facto de não te deixares seduzir pelo caminho fácil e incoerente de outras astrologias. Preferes em vez disso caminhar num autêntico labirinto … onde muitas vezes nos perdemos! Contudo, no percurso desse labirinto vamos juntando as peças de um puzzle com milénios de existência até acharmos a saída … em nenhuma parte este percurso é simples e fácil, ele exige esforço e uma eterna dedicação … mas no fim da procura da saída desse percurso labiríntico a recompensa vale ouro … não um ouro na verdadeira acepção da palavra, mas sim um ouro de valor interno – conhecimento!!!
Continua a percorrer este labirinto e brinda-nos com a continuação do teu “Ars longa, vita brevis”.
Abraço,
Paulo Silva, DMA